26 fevereiro 2009

Jogos de infância


Vamos jogar de novo o esconde-esconde,
Antes que as árvores morram na lembrança.
Em nós ficou perdida uma criança
- Imagem cinzelada em ontem e onde...

E porque não, agora, o anelinho?
As nossas quatro mãos tornadas duas.
Em busca da aliança te extenuas,
Débil fio de musgo de alto ninho...

E, finalmente, os cânticos e a roda.
É noite em Vila Flor. O velho Adão
Já ergueu, sobre a rua, o lampião.

Andam fantasmas pela casa toda...
E a treva vai ornando o nosso canto,
Com mansidão, sem lhe quebrar o encanto!

Soneto de João de Sá, do livro "Flores para Vila Flor", 1996.
A fotografia foi tirada no dia 02 de Fevereiro de 2009.
Outros poemas de João de Sá: Flor-poema, Maravilhamento, Absoluto visível, Serra, A pergunta, Consagração.

2 comentários:

Anónimo disse...

Belo poema que me levou ao baú das recordações da minha infância!

Obrigada,Aníbal!

Cumprimentos

Anita

Valentim Coelho disse...

Foto bem conseguida! o cume mais parece um vulcão a explelir cinza e fumo.