O mês de Maio ficou marcado por um conjunto de caminhadas distribuídas pelos concelhos de Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Miranda do Douro, ocupando praticamente todos os fins de semana. Por isso, a Peregrinação seguinte só aconteceu no dia 5, já no mês de Junho.
De todas as caminhadas a que chamei Peregrinações, esta foi talvez a única em que a designação faz todo o sentido. No dia 5 de Junho a igreja católica celebrou a Ascensão do Senhor, uma das três grandes festas celebradas no Cabeço de Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas. As populações de muitas aldeias do concelho e dos concelhos vizinhos, percorrem, há muitas décadas, os caminhos que conduzem ao cabeço, para participarem nesta festa. Foi também a primeira vez que fomos três a fazer a Peregrinação: eu, o meu colega Helder e a minha esposa.
Embora o destino final fosse o Santuário de Nossa Senhora da Assunção, ela foi marcada pela passagem por outros locais de culto, daí a ser chamada Peregrinação à Capela de S. Pedro, para não repetir a da Senhora da Assunção (Peregrinação de 24 de Outubro de 2010).
Podíamos ter esperado por companhia, habitualmente há vários grupos de pessoas a partir de Vila Flor, mas como pretendíamos fazer um percurso passando pela aldeia de Vilas Boas fomos só os três.
O caminho foi o mesmo já seguido noutras caminhadas: Vila Flor - Barracão, Cooperativa de olivicultores - Quinta do Reboredo - Vilas Boas.
Encontrámos os primeiros peregrinos mesmo à chegada a Vilas Boas. Era um grupo de ciclistas que vinham do Vieiro.
Encontrei, há uns tempos, algumas marcações enigmáticas no caminho que liga o Vieiro a Vilas Boas. Nunca cheguei a saber se tinham algo a ver com as peregrinações.
A nossa primeira paragem foi na Igreja Matriz. Eu já a conhecia, mas foi uma boa oportunidade para a mostrar aos meu colegas de caminhada. Quando saímos para a capela de S. Sebastião já se ouvia a Banda Filarmónica de Vila Flor a tocar pelas ruas da aldeia. A capela, situada perto do Pelourinho, estava fechada e seguimos para a capela de S. António.
A capela de S. António fica numa elevação, num dos pontos mais altos da aldeia. É um excelente miradouro. Foi uma ermida. As caraterísticas dignas de destaque são o púlpito exterior, em granito e várias imagens de arte popular no interior. Todas as imagens parecem ser bastante antigas, à excepção da de S. José. Já visitei esta capela vária vezes, uma delas quase no início deste Blogue, em 2007.
Quando nos dirigíamos para a Fonte dos Milagres encontrámos um segundo grupo de peregrinos, estes de Freixiel. Algumas das pessoas estavam a fazer o percurso descalças!
A Fonte dos Milagres estava inundada. Não sei como conseguiram, mas o pequeno nicho com Nossa Senhora da Assunção tinha um arranjo com flores naturais!
Foi junto à fonte que fizemos uma pequena paragem para descanso e retemperamento das forças para a subida ao Santuário. Este acesso, a partir da aldeia, é o mais bonito de todos, mas é bastante cansativo. Nos dias que correm parece que já poucas pessoas sabem andar a pé...
Quando chegamos ao Pórtico já a banda de música se encontrava ali bem como algumas centenas de peregrinos. Subimos à capela no topo do cabeço, onde havia pouca gente, porque tinha saído o andor com Nosso Senhor para o Largo Central, junto do pórtico, lugar para onde se deslocaram as celebrações depois da sua inauguração, em Agosto de 2007. Foi neste local que se celebrou a Eucaristia.
Fizemos o caminho de regresso a Vila Flor também a pé, desta vez utilizando a estrada, que é o percurso mais directo.
Foi bom este misto de contacto com a natureza e de espiritualidade. Não podemos esquecer que 5 de Julho é também o dia em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente.
O céu estava limpo e fazia muito calor. Nada que fizesse adivinhar a tempestade que se havia de abater sobre Vilas Boas ao final de tarde. Foi tanta a chuva que caiu em poucos minutos que provocou estragos consideráveis, com inundações e queda de muros. Foi necessária a interversão dos Bombeiros e da proteção civil.
Percurso: (16,5 km)
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