Foi lançado no dia 17 deste mês o livro Poemas de Amor Para Vila Flor, da autoria de Abílio Aires. O autor é natural da freguesia do Castedo, em Torre de Moncorvo, mas tem uma estreita ligação, afetiva, e não só a Vila Flor, onde atualmente vive. Lançou, recentemente, outro livro de poemas - À vila das flores Vila Flor Capital do Mundo.
Não compareci no lançamento do primeiro livro, mas estive no do segundo, que decorreu no pequeno auditório do Centro Cultural. Estiverem presentes muito poucas pessoas, não imagino qual seja a razão. Penso que todas as formas de arte devem ser incentivadas e acarinhadas. No caso da escrita, ela só existe para ser lida.
Desconhecia completamente a poesia do senhor Abílio Aires e, desde o dia do lançamento, que tenho andado a ler alguns dos seus poemas. Trata-se de um livro de poesia que fala sobretudo do amor, da adoração da mulher. Também há alguns poemas dedicados a Vila Flor, mas são uma minoria. Como comprei também o primeiro livro verificarei, mais tarde, se nesse a Capital do Mundo é mesmo o enredo central.
Dos poemas que já li, deixo um dos que mais gostei.
Mas colhi seu coração
Trinta e três degraus desci
Para te poder falar
Os mesmos degraus subi
Não a consegui encontrar.
Era uma pena ao descer
Pesado fardo ao subir
Eu fui ali para a ver
Não podia desistir.
Ao bater àquela porta
Porta que não veio abrir
Ela tinha ido à horta
Ver as plantas a florir.
O aroma o perfume
Do cravo da hortelã
Era o mesmo do costume
Naquela linda manhã.
Esperei ao cimo das escadas
Estava ali para a ver
Dizer-lhe duas palavras
Quando a visse descer.
Bela a vi aparecer
Trazia rosas na mão
Rosas que não fui colher
Mas colhi seu coração.
Primeira fotografia: Ameixoeira-dos-jardins (Prunus cerasifera) na Av. Dr. Francisco Guerra, em Vila Flor.
Segunda fotografia: Abílio Aires, autor do livro Poemas de Amor Para Vila Flor no dia do lançamento.
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