Não compareci no lançamento do primeiro livro, mas estive no do segundo, que decorreu no pequeno auditório do Centro Cultural. Estiverem presentes muito poucas pessoas, não imagino qual seja a razão. Penso que todas as formas de arte devem ser incentivadas e acarinhadas. No caso da escrita, ela só existe para ser lida.Desconhecia completamente a poesia do senhor Abílio Aires e, desde o dia do lançamento, que tenho andado a ler alguns dos seus poemas. Trata-se de um livro de poesia que fala sobretudo do amor, da adoração da mulher. Também há alguns poemas dedicados a Vila Flor, mas são uma minoria. Como comprei também o primeiro livro verificarei, mais tarde, se nesse a Capital do Mundo é mesmo o enredo central.
Dos poemas que já li, deixo um dos que mais gostei.
Mas colhi seu coração
Trinta e três degraus desci
Para te poder falar
Os mesmos degraus subi
Não a consegui encontrar.
Era uma pena ao descer
Pesado fardo ao subir
Eu fui ali para a ver
Não podia desistir.
Ao bater àquela porta
Porta que não veio abrir
Ela tinha ido à horta
Ver as plantas a florir.
O aroma o perfume
Do cravo da hortelã
Era o mesmo do costume
Naquela linda manhã.
Esperei ao cimo das escadas
Estava ali para a ver
Dizer-lhe duas palavras
Quando a visse descer.
Bela a vi aparecer
Trazia rosas na mão
Rosas que não fui colher
Mas colhi seu coração.
Primeira fotografia: Ameixoeira-dos-jardins (Prunus cerasifera) na Av. Dr. Francisco Guerra, em Vila Flor.
Segunda fotografia: Abílio Aires, autor do livro Poemas de Amor Para Vila Flor no dia do lançamento.

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