Que realidade procuram surpreender
os cautelosos geólogos ao fotografarem
as paisagens
amputando-lhes quiméricas dimensões?
É agitando luzeiros nas escarpas da utopia
que as redes se enchem com o fascínio das sereias.
E há manhãs de natal sem dezembros dentro
que transfiguram em estames de bruma
um revérbero de sol
e transformam as nossas saudades
em dolorosas estátuas de gelo.
Poemas de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Rio Tua, em Ribeirinha, Vilas Boas.
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