23 outubro 2012

Vila Metafísica


Quase ao cimo desta pátria lusa
É Vila Flor, na voz rumores de serra,
Onde aprendi a dizer Mãe e Terra
E a estar presente mesmo na recusa.

Canto-te e sou, existo em minha Musa:
Medas de trigo onde o luar se encerra
E, de manhã, a luz do Sol desterra.
Odor a lar na rua mais escusa...

Sou deste chão de auroras de medronhos,
Átrio de Ser, esfera além dos sonhos,
A essência do verde por pronome.

Pulsa meu coração em consonância
Com a glicínia azul da minha infância.
Se tem nome a Beleza, és tu seu nome.

Poema do Dr. João de Sá, do livro "Flores para Vila Flor", 1996.

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