16 maio 2007

A pergunta


Interrogam-se as pedras alinhadas
Da montanha que alterna com o céu.
Tudo se esvai em alvacento véu,
Só ficam as perguntas derramadas

Dos recantos do dia, concertadas
Em conhecer o fruto que nasceu
Do peito da criança que o perdeu
Entre uma teia de árvores destroçadas...

Só o silêncio largo do horizonte.
Um dedal de mistério na recolha
Do que se alberga entre alma e monte.

A vida inteira pra não responder
À pequena pergunta de uma folha
Tremendo à brisa do amanhecer!

Poema de João de Sá*, do livro"Flores para Vila Flor", 1996.
A fotografia foi tirada dia 7 de Maio, perto de Roios. Uma oferta especial para alguém que gosta de flores amarelas.

*João Baptista de Sá nasceu em Vila Flor, em 7 de Novembro de 1928, e licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa.
Colaborou em inúmeros jornais e revistas, escreveu peças de teatro radiofónico, proferiu palestras sobre assuntos culturais e obteve vários galardões em certames literários.
Em 1973 foi atribuído o Prémio de Revelação - Prosa, da S.E.I.T., à sua colectânea de contos "Concerto para Vida e Esperança".

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá
Liiiiiiiiiiiiiiiiiinda!- a foto
Liiiiiiiiiiiiiiiiiindo!- o soneto
OBRIGADA!
"Se eu não morresse nunca! E, eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!" (Cesário Verde)
- Com a pergunta, sempre a pergunta...É bom o exercício do bem saber perguntar,tal como é delicioso e enriquecedor o sereno e terno saber ouvir...E, porque não, regalar-me, agora, com esta linda giesta?
- Estão de parabéns os homens da nossa terra transmontana...
Abraço
Esmeralda