Mês de Maio, das giestas e das rosas.
Ainda há pouco brilhava um sol ardente.
O ar fez-se pesado e as próprias coisas
Um sinistro auguravam, iminente.
Surgem nuvens escuras, pavorosas.
Salta o primeiro raio, e toda a gente
Se recolheu em rezas fervorosas,
Que, o perigo, Santa Bárbara afugente.
Cai a potes, a chuva. A trovoada
Aterroriza os ares. Tombam granizos.
A torrente é roldão devastador.
Uma pobre mulher cai fulminada.
Em toda a parte há grandes prejuízos…
E o que era vida e riso, é luto e dor!
Ainda há pouco brilhava um sol ardente.
O ar fez-se pesado e as próprias coisas
Um sinistro auguravam, iminente.
Surgem nuvens escuras, pavorosas.
Salta o primeiro raio, e toda a gente
Se recolheu em rezas fervorosas,
Que, o perigo, Santa Bárbara afugente.
Cai a potes, a chuva. A trovoada
Aterroriza os ares. Tombam granizos.
A torrente é roldão devastador.
Uma pobre mulher cai fulminada.
Em toda a parte há grandes prejuízos…
E o que era vida e riso, é luto e dor!
Soneto retirado do livro “Versos – Vila Flor”, impresso em Novembro de 1966 da autoria do Dr. Luís Manuel Cabral Adão.
O livro é uma compilação de poemas (sonetos), quase na totalidade dedicados a Vila Flor, sua terra natal, de onde partiu em 1937. Os poemas foram publicados no jornal Notícias de Mirandela, a quem o poeta vilaflorense dedica o seu livro.
Do mesmo autor, já publiquei "Carícia Real", a 04 de Outubro de 2006.
A fotografia foi tirada no dia 30 de Abril, na Trindade. Protegi a câmara da chuva. Com o calor do corpo, a objectiva embaciou e a fotografia ganhou um inesperado efeito soft.
(Alterei a grafia de algumas palavras no soneto).