13 novembro 2007
Vestida de Outono II
Este Outono que anunciou uma boa produção de cogumelos, tem decorrido bastante seco não proporcionando as condições ideais para a proliferação dessa iguaria. Foram já duas as vezes que saí (dia 8 e dia 10), em direcção à Barragem do Peneireiro com intenção de procurar os cogumelos da época, mas nada encontrei. Não dei o tempo como perdido. Aqui mesmo, bem próximo da vila, a natureza vestiu-se de cores fantásticas. Eu já me interroguei como é que eu não reparei em tanta beleza no Outono passado!
No dia 8, saí de manhã. O céu estava limpo e o dia sossegado. Quando descia a rua junto da Quinta da Pereira, já via algumas dezenas de cerejeiras, vestidas a preceito, desafiando a minha habilidade fotográfica. Deixei a bicicleta no caminho e segui a pé, tentando enquadrar o Outono com a vila ao fundo. A par das cerejeiras, também as videiras apresentam folhas com cores outonais, embora menos vistosas.
De volta ao caminho atraiu-me um arbusto que cresce ao longo dos caminhos. O vermelho da suas folhas rivaliza com o das cerejeiras e é só comparável ao do Acer, pouco frequente em Vila Flor. Conforme a exposição ao sol, as folhas surgem pintadas do verde ao vermelho carregado, passando por muitos tons laranja e dourados. De longe o vermelho domina. Parece que alguém andou a espalhar estas pinceladas de vermelho na paisagem só para me desafiar.
Embrenhei-me por caminhos que desconhecia, em direcção à Quinta de S. Domingos. A cada passo, o Outono bafejava-me com brisas de encanto: as folhas de castanheiro de amarelo vivo; os frutos vermelhos de um medronheiro que cresce num muro; um diospireiro carregado de frutos; um ramo de belos crisântemos que cresce no meios das silvas… um melro que foge assustado do seu esconderijo. Lembrei-me dos cogumelos! Parti a toda a pressa em direcção a um pinhal junto da barragem. Procurei durante algum tempo, mas não encontrei nada. Voltei a casa, estava quase na hora de almoço.
No dia 10 fiz o mesmo percurso, mas acompanhado do meu filho mais velho. Levei a melhor objectiva, um zoom de 80-200 mm. Não é muito prático (nem seguro) andar com este equipamento na bicicleta, mas queria tentar outros efeitos. Percorremos os mesmos caminhos, desta vez com o sol em posição contrária, já ao meio da tarde. O meu acompanhante não se entusiasmou muito com os tons de vermelho, mas lá foi tentando alguns disparos. Não se saiu nada mal!
Partimos em direcção à barragem. Procurámos cogumelos num pinhal, já depois da albufeira, na estreita estrada que conduz a Seixo de Manhoses. Encontrámos alguns que não identificámos como comestíveis, mas, o que havia mais era lixo.
A noite chega cedo e às 17 horas já o sol havia desaparecido. Só o fumo de alguns aviões a jacto brilhava no céu, reflectindo-se nas calmas águas da barragem. Com o ar fresco da quase noite a bater-nos na cara, pedalámos com toda a energia até casa.
Quilómetros do percurso do dia 8, em BTT: 10
Total de quilómetros em bicicleta: 1621
Quilómetros do percurso do dia 10, em BTT: 13
Total de quilómetros em bicicleta: 1634
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2 comentários:
Olá
Parabéns! Parabéns à dupla! Os vossos registos estão fabulosos! Continua Rafael!
Abraço
Esmeralda
OLá.
Valeu o ponto de vista do mais novo, para ver que o céu é azul, um abraço Marco Rafael, está soberbo aquela pincelada de Amarelos em fundo quase verde sob aquele azul luminoso. Muito bom.
De resto é só vermelhos, que saudades dos tons primaveris verdes, verdes... (desabafo)! Estão magnificas são maravilhosos os tons de Outono e se não os reparas-te no ano anterior foi porque, foi muito chuvoso e não duraram tanto tempo, pois a chuva "estraga a pintura". Pode estar mau para a agricultura, mas pelo contrário a natureza tem mais tempo para se aplicar e aperfeiçoar com requinte na maquilhagem.
De cogumelos este ano quase não deu para a amostra, eram poucos, pequenos e secos.
não se pode ter tudo, ficamo-nos pelos tons magníficos.
Abraço.
Li Malheiro
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