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Pelourinho de Vila Flor |
Na continuação da volta às aldeias que ainda não tinham sido alvo de uma "peregrinação" seguiu-se
Lodões. O facto de estar mais próxima levou a que fosse deixada para os últimas etapas.
Como quase sempre aproveitei a luz da manhã para fazer algumas fotografias em
Vila Flor. Não é só o facto de a luz ser diferente e mais favorável, mas também porque há pouco movimento e a tranquilidade é inspiradora.
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Caminho cortado pelo IC5 |
O percurso a seguir para chagar a
Lodões não oferecia dificuldades (em princípio) até porque, para variar, desta vez não havia qualquer vestígio de nevoeiro, antes pelo contrário, o céu oferecia um azul tão intenso que parecia pintado de fresco.
Seguimos
pela estrada até à
Valonquinta, antiga Quinta de S. Gonçalo. Logo a seguir à quinta havia uma caminho vicinal que utilizei em tempos, mas o IC5 cortou-o e não ficou nenhuma alternativa.
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Ponte sobre a Ribeira de Roios |
O caminho seguinte está algumas centenas de metros mais à frente, e dava acesso a algumas quintas situados em Vale de Cal. Estranhamente, também este caminho foi cortado, não sendo deixada nenhuma alternativa. Não sei quem negociou o traçado do IC5, mas aqui deveria ter ficado uma passagem subterrânea ou aérea. Desde a Quinta da Barquinha (estrada para M601 Vila Flor- Sampaio), até Roios, não conheço nenhuma passam pública para ultrapassar o IC5! São muitos quilómetros!
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Lodões, no vale da Vilariça |
Para evitar termos que ir à freguesia de
Roios e descermos ao longo da estrada (M601-1), fizemos "rapel" na escarpa que vai da estrada até à ribeira de
Roios, a uma quota inferior de mais de 200 metros. É uma
descida arriscada e não é recomendável. Esta manobra permitiu-nos ganhar algum tempo, o suficiente para nos aventurar-mos a subir ao
monte de S. Pedro, ou
cabeço da Santa Cruz, onde está uma enorme cruz de madeira que
já mostrei noutras ocasiões. Além da curiosidade da cruz, e do facto de ter existirem vestígios de um castro no local, é um miradouro fantástico, um dos muitos que se estendem ao longo do vale da Vilariça.
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Cabeço de Santa Cruz |
O
acesso ao cabeço é fácil, por caminho, bastando depois percorrer duas centenas de metros pelo meio da vegetação.
Foi um excelente momento para saborear uma peça de fruta e apreciar a paisagem em redor, antes de descermos ao vale e atravessarmos a ribeira da Laça.
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Caminho próximo de Lodões |
A o contrários de todas as outras aldeias vizinhas,
Lodões está implantado em pleno vale. isto não contribuiu muito para o seu desenvolvimento atual, uma vez que é uma das mais pequenas freguesias do concelho. O cruzamento em
Lodões do IC5 e do IP2 vieram dirigir o olhar para esta pequena aldeia que poucos conheceriam. Falou-se mesmo de um polo industrial em
Lodões, mas possivelmente isso não passará de uma miragem. Santa Comba da Vilariça está ali perto e Sampaio tem já uma das maiores industrias do concelho, as águas Frize.
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Capela de Nossa Senhora do Rosário |
A
capela de
Nossa Senhora do Rosário está sitiada no meio da aldeia, sem despertar muito a atenção. A sua construção é anterior à da igreja, possivelmente no Séc. XVI. Exteriormente pode-se admirar o arco da porta, do estilo românico. A
torre sineira lateral também é em granito, tal como devem ter sido as pares que agora já se apresentam revestidas e caiadas. O pequeno adro em frente da capela deve ter sido outrora coberto, ou seja, um cabido, tal como o que existe na capela de
Nossa Senhora do Carrasco, no
Nabo ou na capela de
Nossa Senhora do Rosário, em
Samões (há mais exemplares no concelho).
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Fonte Romana, em Lodões |
Se pensarmos que
Lodões tem como padroeiro S. Tiago, que festeja a 25 de Julho, não fica posta de parte a hipótese desta capela ter sido utilizada pelos peregrinos a S. Tiago de Compostela. As peregrinações começaram no Séc. IX mas no Séc XVII ainda estavam no auge em Portugal, nessa altura a capela já existia.
Não foi possível entrar na capela. Estava em obras e afirmaram-nos que não havia nada no interior, por isso não nos esforçámos em encontrar a chave. Haverá que voltar mais tarde, quando as obras tiverem terminado.
A caminhada terminou junto à igreja matriz, mais propriamente na
fonte Romana. Este é um dos monumentos mais interessantes da aldeia. Tem gravada a data de 1680 e está num espaço agradável, mas só quando as glicínias estiverem com folhas e flores.
A caminhada não foi muito longa, ultrapassando pouco os 9 quilómetros, mas o tempo impecável fez com que todo o percurso fosse feito com muita calma apreciando a paisagem que nesta zona do concelho proporciona vistas fantásticas do vale da Vilariça.
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