Para não variar, o dia estava muito frio, para não dizer gelado. O nevoeiro nem sequer foi esperado, porque apareceu mal demos os primeiros passos em direção à Serra. Quer o gelo, quer o nevoeiro, longe de se tornarem uma dificuldade, acabaram por ser elementos que proporcionaram momentos únicos, fezendo desta caminhada uma das mais marcantes, em termos fotográficos.
Para evitar erros anteriores, devidos ao nevoeiro, a solução seria seguir apenas por caminhos já conhecidos e, não havendo outra hipótese, utilizar as estradas.
Mais uma vez o percurso consistiu na subida à Serra, Roios, Vale Frechoso, Benlhevai e, depois, Santa Comba da Vilariça.
Gilbardeira (Ruscus aculeatus) |
A passagem pela aldeia foi rápida. Havia tanto nevoeiro que apenas alguns gatos se aperceberam da nossa presença. Decididamente não estava um dia convidativo para as pessoas saírem para a rua.
Optámos por um dos caminhos alternativos que nos levaram ao Alto da Serra, praticamente onde começam os soutos dos castanheiros que tanto caracterizam Benlhevai. E foi no Alto da Serra (há aí um marco geodésico que marca os 690 metros de altitude) que tivemos o atrevimento de fazer o que não tínhamos ideia de fazer - seguir por um caminho completamente desconhecido. Entretidos a observar os cogumelos que ainda eram abundantes, apesar de a maior parte estar estragado pelo gelo, seguimos por um caminho descendente pelo meio do pinhal.
Perto de Vale Frechoso |
Já na aldeia, decidimos seguir até Santa Comba da Vilariça por estrada. Tínhamos perdido muito tempo e já passava da uma hora da tarde. Assim fizemos.
Não houve muito tempo para apreciar o IP2 e os belos pomares de fruteiras, à medida que nos aproximávamos da aldeia. A vontade era mesmo chegar ao destino. Os quilómetros já eram muitos. calçado estava molhado e cheio de lama, mas como o percurso era agora alcatroado e descendente, não havia grande grandes problemas.
Sanchas (Lactarius deleciosus)/Canários (Tricholoma equestre) |
A capela de S. Sebastião está situada à entrada de Santa Comba, para quem se aproxima vindo de Benlhevai. Fica numa pequena elevação a que chamam Calvário. Ali perto está uma padaria e um dos cruzeiros medievais, o tal que se pensava ser um Pelourinho e que perdeu a classificação de Monumento Nacional.
A capela de S. Sebastião reabriu ao culto em Janeiro de 2011, depois de ter sido alvo de recuperação e de ter sido arranjado todo o espaço envolvente. A primeira impressão é muito positiva. Há canteiros para jardim, bancos e espaço para estacionamento de automóveis. Tudo arranjado para que a pequena capela, virada a poente, possa "respirar".
Capela de S. Sebastião (Santa Comba da Vilariça) |
No interior o altar em talha dourada do Séc. XVII contrasta com as paredes caiadas de branco. Foram instalados dois focos nas paredes laterais que iluminam a imagem de S. Sebastião e fazem brilhar os dourados do altar. Numa das paredes laterais está um altar com a imagem de Santo António. Completam o conjunto de imagens uma de Nossa Senhora de Fátima e outra do Sagrado Coração de Jesus.
Todo o interior respira beleza e mostra o carinho e atenção com que é cuidada, bem evidente nos arranjos de verdes e flores que tinha. Esta capela, é, sem dúvida, mais um elemento de vaidade para os habitantes de Santa Comba e eu pude ver estampada no rosto de alguns habitantes no Calvário com quem falei.
Interior da capela de S. Sebastião (Santa Comba da Vilariça) |
Perfil de altitude (altimetria)
Diferenças de Altitudes 428 Metros (Altitude desde 276 Metros para 704 Metros)
Subida acumulada 474 Metros
Descida acumulada 762 Metros
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