A casa é longe, só a angústia é perto.
E não se avista a hora de chegar!
E, de sobra, sabemos que um deserto
É feito de areias e luar.
São as areias o meu peito aberto.
E a lua a distância tutelar,
Onde a casa é um palor incerto
Tornado a própria acção de procurar.
E vamos de jornada. Só partidas
Espargem sal e fogo em nossas feridas
A florirem rosas, onde a onde...
O trem sempre em adeus. E, da janela,
A casa, longe, cada vez mais bela
Quando ao aceno já ninguém responde!
Soneto de João de Sá, do livro "Vila à Flor dos Montes", 2008.
Fotografia: Praça da República, Vila Flor.
1 comentário:
Lindo soneto do POETA que já partiu, mas que deixou uma obra que perdurará através dos tempos!!!
A foto está linda, como todas as da sua autoria!
Parabéns!
Enviar um comentário