No dia 22 de setembro a caminhada foi a Candoso, ao marco geodésico do Pilão. Já anteriormente estranhei a designação de Pilão, em vez de Pelão, tal como dizem as pessoas de Freixiel em relação ao vale. A verdade é que em todos os documentos e mapas o marco geodésico aparece com a grafia Pilão, não podendo tratar-se de um simples lapso.
Havia a possibilidade de escolher o caminho mais curto, seguramente o mais rápido, mas a vontade de voltar às Olgas e ao ribeiro do Vimieiro, que alimenta a Ribeira da Redonda, foi mais forte. É uma zona baixa entre Samões e Freixiel de onde partem alguns caminhos rurais que levam a Candoso. Já percorri esses caminhos por várias vezes, a pé e em bicicleta.
A caminhada começou cedo, porque o tempo nunca sobra. O percurso é muito conhecido começando em Vila Flor, seguindo até à zona industrial e daqui a Samões.
O dia estava cheio de sol, mas fresco, isso ajudou a caminhada porque há uma subida acentuada desde o ribeiro do Vimieiro até perto de Valtorno.
Apesar de ter chovido pouco os lameiros dos terrenos mais baixos já apresentavam erva fresca, mas água no ribeiro, nem vê-la.
Já quase no final da subida aproveitámos para visitar um pomar de macieiras. Candoso, na zona mais alta da concelho, tem solos de origem granítica. Não são tão bons para a vinha, mas são melhores para outras culturas como a batata e a produção de fruta, principalmente maçã. Na aldeia já há uma produção assinalável destes frutos.
A passagem pela aldeia de Candoso foi rápida. O nosso objetivo situava-se um pouco mais longe na crista do vale Covo, com uma excelente vista para até à serra do Vieiro e até mais além.
Nas imediações do marco geodésico há algumas formações rochosas dignas de uma nota. Uma delas é uma rocha gigantesca, ligeiramente tombada que forma uma cabana natural onde se podem abrigar várias pessoas. Também os animais procuram aqui abrigo e as andorinhas fazem os seus ninhos no teto da cabana. Não muito distante há outras cavidades naturais, algumas também com alguma dimensão e que podem servir de abrigo a pessoas e animais. Também sobre as fragas há cavidades escavadas, formando curiosas marmitas.
Depois de saltitar de pedra em pedra, espreitar algumas cavernas e tentar escalar algumas rochas mais inacessíveis, chega-se ao ponto mais alto, o marco geodésico do Pilão. Na margem oposta do vale hé outro marco geodésico, perto de Mogo de Malta, chama-se Pedrianes e está a 785 metros de altitude.
A paisagem é de cortar a respiração. São 360º para admirar e o dia estava propício com um céu azul e muita luz.
Numa das primeiras vezes que estive no local fiz uma fotografia panorâmica que permite apreciar a grandeza da paisagem ao longo do Vale Covo. Tem estado offline durante muito tempo, mas decidi republicá-la. Aproveitámos a beleza da paisagem para descansarmos e para recuperar forças com um pouco de água e uma peça de fruta.
O marco geodésico está a 723 metros de altitude. Trata-se de um marco geodésico de 3.ª ordem que já não integra a rede nacional. Tem a forma mais habitual, constituída por uma estrutura em cimento, bem conservada e visível a grande distância.
O caminho de regresso a casa foi mais rápido e sem muita história para contar. Tivemos que voltar a Candoso porque não há nenhum caminho direto do marco geodésico a Carvalho de Egas. Quando chegámos a esta aldeia já a tarde estava adiantada e iríamos, certamente, chegar bastante tarde para o almoço. A solução foi pedir apoio e foram-nos buscar de automóvel junto do restaurante Os Lázaros. O percurso completo, ida e volta tem mais de 21 km e acabámos por fazer a pé um pouco mais de 15 km. Gastámos muito tempo a apreciar espécies vegetais, a ver rochas ou a apreciar a paisagem, também só assim é que tem piada, caso contrário seria melhor ir até à barragem e andar às voltas, como muita gente faz.
Foi uma boa caminhada para começar uma nova temporada. Há ainda muitos Pontos Altos para visitar e muitos km para percorrer, mas vamos com calma.
1 comentário:
Ólá professor!
Lindas paisagens e uma ótima reportagem,que nos mostra bem os lugares por onde passa!
Trás os Montes é mesmo lindo!!!
Bem haja!
Tudo de bom para todos!
Cumprimentos
Fátima F. Rosinha desta linda aldeia de Freixiel! :-))
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