14 julho 2007

TerraFlor, o segundo dia (13)


As actividades do dia iniciaram-se com o 7.º Seminário temático da Agenda 21 Local do Nordeste Trasmontano, com o tema “Acrescentar valor aos produtos locais – Como inovar e aceder a mercados mais vastos?”.
À semelhança do dia 12, estiveram no Centro Cultural Adelina Campos, meia centena de participantes que assistiram a todas as exposições, apesar de estas se terem prolongado até quase às duas da tarde.
Depois da sessão de abertura pelo Eng. Fernando Barros, um representante do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), reflectiu sobre “Marcas e Patentes: como consegui-las?”. Em linguagem simples e sintética, explicou os conceitos de Marca, Marca Colectiva, Logótipo, Denominação de Origem e Indicação Geográfica, recorrendo os exemplos do conhecimento de todos. Explicou também quais a entidades e responsáveis pelo registo das Marcas a nível nacional, europeu ou mundial. Apresentou as vantagens de se fazer registo da marca e reforçou a sua apresentação dizendo “Não basta ter uma boa ideia ou um bom produto, há que saber diferenciar. Não basta distinguir, há que garantir o exclusivo legal”.
O Eng. António Monteiro sobre a “Valorização e promoção dos produtos regionais” voltou a centrar a sua apresentação no azeite. Realçou de novo o potencial da região, criticando a acomodação, o conformismo, a falta de profissionalismo e mesmo a falta de interesse em volta do tema azeite, ilustrando com a pouca bibliografia sobre esta temática, comparando com outros países. Criticou também a venda a granel de azeite, de forma pouco digna para um produto com qualidade e a colocação deste produto nas grandes superfícies apoiando-se na certificação (que não garante a qualidade). Tratando-se de um produto com história, identidade e qualidade, deve ser vendido no mercado adequado, sendo necessária ajuda à produção, formação, qualificação e mesmo informação.
Pedro Lobo desenvolveu o tema “Novas Tecnologias e Mercado Global”. Tendo o cuidado de fugir da linguagem muito técnica e falando muitas vezes da sua experiência pessoal, chamou à atenção sobre a utilização da Internet, quer como montra de produtos, quer como loja virtual. Mostrou as vantagens, os receios dos consumidores e a forma de os minimizar.
O tema “Marketing e promoção: o caso do vinho” foi desenvolvido por Pedro Lobo da Vinko/Vinihold. Orientou a sua apresentação numa perspectiva de acesso ao mercado externo citando um conjunto de pontos favoráveis a Portugal, que o projectam no mundo, mostrando também alguns pontos fracos a necessitarem de ser ultrapassados: falta de uniformidade na denominação das castas, falta de consistência na qualidade, a visão de Portugal como um país produtor de Vinho Verde e Rosé, a produção em pouca escala e a pouca aposta no marketing e na promoção. A produção em pequena escala, direcciona o produto português para nichos de mercado onde a concorrência é elevada. Há necessidade de produzir vinhos com estilo moderno e frutado, com as castas tradicionais, cabendo ao produtor saber o que o mercado quer e adaptando-se, não impondo o seu produto.
João Lomba, do El Corte Inglês, salientou a necessidade da produção com qualidade, produtos que tenham escoamento, não descorando a apresentação. Informou que há uma boa representação de produtos de Trás-os-Montes na loja que representa, cerca de 40 produtos, com especial revelo para os azeites. Informou também quais são os procedimentos que devem ser usados por alguém que queira ver os seus produtos nas prateleiras do El Corte Inglês.
Durante o intervalo para o café, procedeu-se a uma votação em Produtos a Promover e Ideias de Promoção e Marketing do Produto, sugeridas no Seminário. Apesar de número de participantes não permitir grandes conclusões, verificou-se que os produtos a promover mais votados são também os mais representativos na região (à excepção das Compotas.
Os cinco Produtos a Promover mais votados foram: Azeite (33 votos), vinho (17 votos), compotas e queijo (com 9 votos cada) e artesanato (com 6 votos).

Como Ideia de Promoção e Marketing do Produto foram mais votadas as seguintes ideias: Criação da marca “Tas-os-Montes” (para vários produtos, 47 votos); comercialização de produtos regionais em lojas Gourmet (19 votos); criar uma central de recolha, embalagem e distribuição de produtos horto-frutícolas (9 votos); valorizar e promover a qualidade e certificação do azeite (8 votos) e promoção do mercado do vinho apostando na qualidade e exclusividade deste produto, bem como na sua certificação (8 votos).
Durante a tarde procedeu-se a uma visita guiada à V TerraFlor, permitindo o contacto personalizado com os produtores. Nem todos os Stands se encontravam abertos. Alguns deram a provar os bons produtos da terra: azeite e vinho. Pude verificar como estes produtos são originários de locais bem distintos do concelho: Santa Comba da Vilariça, Lodões, Seixo de Manhoses, Samões, Freixiel, Ribeirinha, quintas em volta de Vila Flor, etc. Também vimos frutos do Vale da Vilariça, com predomínio dos de Santa Comba da Vilariça.
Paralelamente à qualidade dos produtos é de realçar a simpatia dos produtores, conscientes das dificuldades mas orgulhosos das suas produções e de bem representarem Vila Flor.
À noite a animação começou com o Grupo de Gigantones de Valtorno, que assustaram verdadeiramente algumas crianças menos afoitas.
Mais tarde começou o espectáculo do Homem Espectáculo, Fernando Pereira. Como verdadeiro profissional que é, soube puxar pela pessoas, "provocando" quanto baste, valendo-se também da sua companhia feminina que animou as hostes masculinas. Curiosamente o recinto estava menos composto do que no dia 12, não aproveitando tudo o que seria possível da passagem deste verdadeiro espectáculo de luz, bom gosto, graça e música por Vila Flor.

Segundo informação do Secretariado da feira, foram vendidos aproximadamente 2500 bilhetes, menos 500 do que na noite anterior. A noite esteve muito agradável.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho imensa pena que essa exposição seja feita nesta altura, visto a maior parte das pessoas que daí são naturais apenas terem férias por volta do fim do mês de Julho/ínicio de Agosto. Acho que Vila Flor ganharia muito mais se essa festa se realizasse mais tarde, mas enfim é assim que querem.
Gostaria de lhe perguntar se ja se sabe o cartaz para a festa de S. Bartolomeu.
Obrigado

AG disse...

Calculo que será difícil encontrar um calendário ideal, uma vez que, mesmo no Nordeste, todas as vilas e cidades têm feiras mais ou menos nestes moldes. No Verão teria mais gente mas a concorrência com outros eventos também seria maior.
Não conheço ainda o cartaz para a Festa de S. Bartolomeu. Ouvi falar no nome de Fernando Tordo, não sei se se vai confirmar.