02 março 2008

O folclore de/em Vila Flor

Hoje o dia em Vila Flor foi animado. Apesar de as amendoeiras em flor já estarem em fase descendente, foram muitos os autocarros e carros ligeiros que colocaram o concelho na sua rota das amendoeiras em flor. Durante a manhã tive a possibilidade de percorrer algumas estradas secundárias, onde encontrei turistas, admirando a paisagem. Os percursos que indiquei, parecem ter tido algum sucesso, até junto de alguns vilaflorenses, que pouco conhecem do seu pequeno concelho.
À hora de almoço havia muitos autocarros espalhados pela vila. Felizmente alguns descobriram o parque de estacionamento junto à Escola EB2,3/S, desafogando um pouco as ruas.
Pelas catorze horas, em frente à Câmara Municipal, juntaram-se um bom conjunto de turistas misturados com residentes, para apreciarem os ranchos folclóricos com espectáculo agendado.
Em primeiro lugar actuou o Grupo de Cantares para Vila Flor. Apesar do som estar péssimo, o colorido dos trajes e a alegria das canções animaram os presentes.
Refrão
Vila Flor és linda, gostas da tradição
Vila Flor tu brilhas em cada coração
Vila Flor menina que brilhas ao sol-pôr
Por isso D. Dinis te chamou de Vila Flor
I
Vila Flor fez florir em cada coração
Cantigas a florir danças de mão em mão
Há arcos enfeitados onde brilham as estrelas
E rosas perfumadas que para ti são tão belas
II
Vila Flor tu brilhas nesta bela estação
Amendoeiras em flor são grande tradição
À gente que te visita e recebes com calor
A elas desejamos saúde paz e amor.

De entre as suas danças há uma bastante antiga. É a dança das fitas. De um mastro partem fitas de várias cores, tantas como os executantes da dança. À medida que dançam, as fitas vão fazendo um bonito entrançado no mastro. A certa altura inverte-se a dança e a trança é de novo desfeita, voltando as fitas ao estado inicial, completamente soltas. É um estilo de dança usada na Europa, muitas vezes ligada a celebrações da Primavera. Também se dança muito na América Latina.
Entrou depois em palco o Rancho Folclórico de Freixiel. Apresentavam um traje novo, mas antigo no corte, no tecido e no padrão. Este grupo apresenta muita juventude, quer dos executantes quer na alegria com que evoluem no palco. As danças executadas são também bastante variadas, com predominância para danças de roda. Nesta altura já alegria invadia a assistência com várias pessoas a dançarem entre os autocarros estacionados.
Gostei particularmente de uma dança paralela dançada por três pares.
Os problemas sonoros tinham sido resolvidos, ouvindo-se claramente os diferentes instrumentos e as vozes do coro. Com as caras suadas pelo esforço, mas também pelo quente sol que incidia no palco, despediram-se do público, numa altura em que os autocarros começaram a partir.
O Grupo de Música Tradicional da Associação C.R. de Vila Flor ocupou o palco. Surgiram de novo problemas com o som que demoraram algum tempo em serem resolvidos. Por fim fizeram ouvir as suas vozes acompanhadas pelo acordeão, cavaquinhos, guitarra, pandeireta, bombo, etc.
A festa terminou com um vira dançado em plena estrada pelos elementos dos dois ranchos folclóricos juntos, acompanhados por um bom grupo de populares. Foi um final apoteótico, de uma festa de cor e boa música folclórica, onde Vila Flor se mostrou, tal como é - bonita e alegre.

1 comentário:

Anónimo disse...

olá professor,mais uma vez deixo aqui os meus parabéns pela divulgação que faz da cultura do nosso concelho.quanto à dança paralela do rancho de freixiel, chama-se fado batido,muito bonito,não é? é a dança que eu mais gosto!