20 abril 2007
Subida à Serra do Faro
No dia 16 de Abril parti com intenção de subir à Serra do Faro. A urze já está com as flores secas mas a carqueja, as estevas, as giestas e muitas outras flores selvagens emprestam um colorido à paisagem, que, nos pontos mais altos, se vai perder em poucos dias.
O céu estava azul e com poucas nuvens. Rumei a Vilas Boas e fiz um rápido passeio pela aldeia. Depois, continuei na estrada em direcção a Vilarinho das Azenhas durante cerca de quilómetro e meio onde deixei a estrada e entrei por um caminho, à direita. Aqui começou a etapa mais bonita do meu percurso. As vegetações estavam luxuriante e flores de todas as cores brotavam de todos os lados. A par desta paleta variada e viva, passeavam-se os olhos por quilómetros de serras que o meu conhecimento não destrinça. Identifiquei a Senhora dos Remédios, lá ao fundo, em Vilarinho das Azenhas. Segui um fio de prata que se entendia contorcido até à Ribeirinha. Era o Rio Tua.
Centrei de novo a minha atenção no caminho, rasgando a encosta. Deixei o Cabeço de S. Cristóvão para trás, seguindo a uma cota de mais ou menos 500 metros, fui contornando todo o conjunto montanhoso por Oeste. Muitas vezes larguei a bicicleta, sentei-me no chão, fotografando pequenos amores-perfeitos, aranhas e outros animais pequenos, deliciados com o sol quente de fim de tarde.
O tempo foi passando e a paisagem mudou. Entrei numa zona que ardeu no Verão passado. A natureza já se esforçou por decorar e rejuvenescer a área mas não se pode comparar com aquela onde tinha seguido até então. Contornar toda a cadeia de montanhas levar-me-ia muito tempo. Não tinha outra alternativa senão subir em linha recta em direcção ao topo! Durante algum tempo consegui progredir sem grande esforço, mas, quanto mais me aproximava do ponto mais alto, mais agreste se tornou o “caminho”, tendo que carregar a bicicleta (como já me tinha acontecido no dia 12 de Fevereiro quando subi ao alto do Cabeço de São Cristóvão). A tarde foi descendo, apareceram algumas nuvens a paisagem foi-se tornando mais esbatida.
É impressionante a imensidão que se avista do Marco Geodésico situado a 822 metros de altitude! Saltei de rocha em rocha (já sem a bicicleta), procurando explorar toda a área em redor. As sombras já cobriam a vertente a Nascente chegando já a Meireles.
Chamaram a minha atenção paredes que parecem ser muralhas de protecção de algum refúgio de povos pré-históricos. Era impossíveis não repararem neste local. Daqui poderiam vigiar uma grande área em redor e, é possível, que este lugar tenha sido utilizado para fazer sinais, integrado num sistema de comunicação. Porquê o nome Faro?!
Com muita pena minha, tive que sair dali rapidamente. Pretendia descer de bicicleta pela encosta a Nascente, mas, pelo que podia avistar, o caminho recuava muito em direcção ao Cachão, era longo e a noite estava próxima. Não parei mais até chegar a Vilas Boas. A reserva de água há muito que se tinha esgotado, refresquei-me numa fonte no centro da aldeia.
Cheguei a Vila Flor, tarde e exausto. Não satisfiz todas as expectativas que tinha de subir ao alto daquela montanha, as condições atmosféricas já não eram as ideais. Por outro lado, o percurso que fiz até chegar ao topo foi fantástico! Cheio de boas imagens e de adrenalina.
Não me importo nada de repetir a experiência.
Quilómetros percorridos neste percurso: 26
Total de quilómetros de bicicleta: 845
Total de fotografias: 17 826
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