

Para cicerone não podia ter sido escolhida melhor pessoa, Cristiano Morais. Filho da terra, profundo conhecedor dos locais que visitámos, que percorre desde a juventude, pesquisador de tudo que se relaciona com Vila Flor, com uma presença bem disposta e gosto em partilhar todo o conhecimento acumulado.

Formou-se um grupo de cerca de 30 pessoas, com idades entre os 8 e os 90 anos (mais concretamente 89), constituído pelas pessoas envolvidas nas várias vertentes do Programa Aldeias Vivas, alguns jovens estudantes, agora de férias, e algumas vindas de fora propositadamente para este encontro.
Mesmo antes de entrarmos na Rua Grande, na Rua da Casa do Concelho, surgiu a mesma questão que eu coloquei no fórum a 12 de Janeiro.


A segunda paragem aconteceu no Solar dos Araújos Borges. Foi completa a explicação de todas as representações do brasão com armas dos Araújos e dos Borges. Aqui morou um Fidalgo da Casa Real, coronel das Milícias em Chaves.
Seguiu-se um pequeno passeio até ao promontório onde se eleva o castro ou Castelo. Pelo caminho fomos encontrando muitos pedaços de barro e compreendendo que naquele local podemos abraçar milénios de história. As lendas também estiveram presentes, visitámos o local que deu origem à lenda da Fonte da Crica da Vaca e ouvimos falar da Ponte do Diabo.

Subimos a uma cota um pouco superior à procura de uma preciosidade. Trata-se uma fraga granítica com insculturas pré-históricas. É bem visível um círculo com uma covinha no centro e muitas outras covinhas (mais de meio cento), gravadas aparentemente com alguma ordem. Esta é uma prova que faz recuar a ocupação deste espaço a alguns milhares de anos antes de Cristo, relevando para outro plano o cartão de visitas da aldeia, a tão conhecida Forca de Freixiel.
Subimos ao Castro. Apreciámos a única construção de habitação existente que surpreendeu todos pelas suas reduzidas dimensões.

As horas foram passando tão rápidas como as histórias. Viajámos no tempo e no espaço dos povos pré-históricos acossados pelos ursos aos hospitalários, das palas aos solares, das vias romanas às estradas reais, do poderio de Ansiães ao pequeno concelho de Vila Flor.
Terminámos a visita histórica, onde tudo termina, no regresso à terra. No sopé da elevação onde se ergue o Castro há uma sepultura escavada na rocha.
Com a tarde quase no fim, verificámos que sobrou matéria para muitas mais “aulas” de história em Freixiel. Regressámos à aldeia.

Agradeço às pessoas de Freixiel (em especial à Esmeralda) por se terem lembrado de mim. Quanto ao mestre Cristiano Morais, espero que este tenha sido o primeiro de outros encontros e assim eu consiga maior "bagagem" histórica, para este meu percurso de descobertas.
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