11 setembro 2007
Verde seco
Sente-se
geme mesmo quando se não julga sentir
ruge mudo
quando torce - antes que partir
Ramo giesta esgarçado
torcido embancelhado
Bancelho
Chamiça
de tudo apertado
escolhido
murchou o verde
secou - ausência
não falou
decepado da giesta
ao torcer
torceu
À sombra ao sol secou
secou o verde sentido
e o esforço de não sentir
De torcido o bancelho
o bancelho resiste
no molho - no cerco
No alto do monte
xisto granito pinhos carquejas - a giesta assiste
ao dorir do verde seco
esgarçado antes de florir
Poema de Manuel M. Escovar Triggo, natural do Vieiro, do livro "Acidentais", publicado em 1987 em Coimbra.
Fotografia tirada a 20 de Fevereiro de 2007, na Serra do Vieiro.
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3 comentários:
Olá.
Não sei porquê mas gosto deste poema. Será do verde? do bancelho? do verde será certamente e, da giesta que floresce, ou de simplesmente recordar as coisas que deixamos de falar.
Bonito.
Um abraço.
li Malheiro
Além da foto..um poema para completar..mt expressivo.
Olá
Condordo, Li Malheiro.
Remete-me para ser-se FORTE, RESISTENTE, ESPERANÇOSO - mesmo assim... mesmo que com vicissitudes.
Gostei, Manuel! Parabéns, rapaz!
Obrigada Aníbal por esta escolha.
Abraço
Esmeralda
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