De manguito pendente do pescoço,
A' frígida manhã fazendo esgares,
Lá vai um moço, e outro, e outro moço
Caminho do olival de Castelares.
Ficam de lado, comentando aos pares,
O trabalho do rancho após o almoço,
Mulher's a arrebanhar, com mil vagares,
Toda azeitona, mesmo no caroço!...
Levanta o rancho para outro lugar,
Chegam-se os rebusqueiros a apanhar,
Esquecido pra trás, algum baguito...
E à noite, ao regressar ao casinhoto,
Cada um é suspeito de maroto
... E nem meado traz o seu manguito!
Soneto retirado do livro “Versos – Vila Flor”, impresso em Novembro de 1966, da autoria do Dr. Luís Manuel Cabral Adão.
Ouros poemas de Cabral Adão: Árvore em flor, Trovoada, Carícia real e Modelação
A fotografia foi tirada próximo de Meireles em Novembro de 2008.
4 comentários:
O poema é lindo e retrata uma época já passada, na nossa região...
A realidade, hoje, é muito diferente, felizmente...
Cumprimentos
Anita
Contigo estamos sempre a aprender! Conhecia a expressão "andar ao rebusco" mas o transmontanismo dado à postagem, "rebusqueiros", deliciou-me.
ah pois... sou transmontana de meireles, e ja me tinha esquecido da expresão... agora lembrei me da minha infancia... e andava ao rebusco... :DD
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